quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Contra fatos, não há argumentos

Olá amigos e amigas, boa tarde!

Hoje quero abrir um debate informal sobre o anúncio feito pelo governo Lula na semana passada dando conta que, pela primeira vez na história do Brasil, o país se tornou credor externo. Mais uma vez os fatos mostram que esse é um governo que dá certo, avança a passos largos, especialmente na área social. Os pessimistas que me perdoem, mas as boas notícias estão aí para quem quiser ver: o acesso cada vez mais facilitado à educação, o sucesso dos programas sociais, com a consqüente queda na taxa de desnutrição infantil, o aumento do emprego... Sejamos francos, é preciso analisar os fatos, não é?
Beijos.

Lula: a história e seus credores
Gilson Caroni Filho

Quando era presidente, Fernando Henrique Cardoso se propôs a superar a "era Vargas". Ou seja, fazer do Estado um apêndice do mercado. O que o sociólogo da banca não poderia supor é que oito anos depois, o desafio fosse outro: como suplantar a "era Lula" e restabelecer a velha política de terra arrasada que marcou o seu mandato?

O anúncio do Banco Central de que, pela primeira vez em sua história, o país se tornou credor externo vai muito além da dimensão simbólica. É a evidência de uma política macroeconômica que, responsável e consistente, consegue superar a vulnerabilidade deixada por um padrão acumulativo assentado no endividamento externo.

Não estamos deixando para trás uma crise apenas cíclica, de conjuntura, mas essencialmente estrutural cuja saída ainda exige um conjunto de medidas de profundidade, tendo em vista a mudança no caráter do desenvolvimento. O que estamos ultrapassando vem do modelo desenvolvimentista de JK, atravessa os 20 anos de oligarquia empresarial-militar iniciada em 1964 e se agrava com o modelo neoliberal implantado nos anos 1990 do século passado.

O soerguimento se dá em meio a uma reestruturação mundial do capitalismo, marcada pelo envelhecimento de padrões tecnológicos e de produção. No ocaso da divisão prevalecente dos mercados e, mais importante de tudo, do crepúsculo da ordenação comercial amparada na hegemonia do dólar, a economia brasileira mostra sua vitalidade. A lenta e dolorosa agonia do que está inexoravelmente condenado a desaparecer é o sol da nossa emergência

Retomar o crescimento direcionado para o resgate da enorme dívida social, com as contas externas saneadas, cala de vez os que falavam em continuidade do receituário do governo anterior, tanto quanto sinaliza o perigo de um eventual retorno dos que ainda pregam um Estado enfraquecido, mínimo. Daqueles que, como bem destacou Emir Sader ("É o Estado, estúpido!"), advogam menos “Estado, em ultima instância, porque o Estado organiza os cidadãos, que são sujeitos de direitos. Menos Estado e mais mercado, que organiza consumidores, medidos não por direitos – que não são reconhecidos pelo mercado -, mas pela capacidade de consumo".

Sempre é bom recordar que, há pouco menos de uma década, a dívida externa do setor público somava R$ 103 bilhões, descontadas as reservas em dólar. Os títulos federais corrigidos pelo câmbio saltaram de R$ 68 bilhões, em setembro de 1998, para R$105 bilhões em dezembro de 1999. A ausência de políticas para o produtor nacional produziu as mais baixas médias de tarifa de importação.

Na época, o ex-presidente do BC, Gustavo Franco, não cansava de repetir que o governo FHC não tinha uma política comercial do produtor, mas do consumidor. Para que incentivos à produção se ela era orientada pela demanda do consumo? O fundamentalismo do mercado falava grosso. A supervalorização cambial, de uma só tragada, levou os US$40 bilhões obtidos com a privatização do patrimônio público.Em debate no auditório da Folha de S. Paulo,às vésperas das eleições de 2002, Luis Carlos Mendonça, ex-ministro das Comunicações resumiu com franqueza incomum o que foi a gestão competente do tucanato:"a utilização do câmbio deixou de ser componente do plano de estabilização e passou a ser instrumento ideológico". O baixo nível das reservas e a péssima capacidade da rolagem da dívida levou o bloco de poder anterior a bater às portas do FMI.Em sua intervenção, Paulo Rabello de Castro repudiou o fato de "o Brasil ter extrema necessidade de ser aceito lá fora. Esse aplauso externo nos custa muito caro". Castro disse que o país dos primeiros seis meses do próximo governo deveria montar uma "defesa financeira", que incluiria dois "nãos" e um "sim": Não quero endividamento, não quero FMI e quero reservas de US$ 70 bilhões".

Para o economista, com bom trânsito junto ao antigo PFL, o governo Lula deve ter saído melhor que a encomenda. Não só veio a dupla negativa como as reservas somam hoje US$188,5 bilhões. Quando era presidente, Fernando Henrique Cardoso se propôs a superar a "era Vargas". Ou seja, fazer do Estado um apêndice do mercado. O que o sociólogo da banca não poderia supor é que oito anos depois, o desafio fosse outro: como suplantar a "era Lula" e restabelecer a velha política de terra arrasada que marcou o seu mandato? Pelo andar da carruagem, até José Serra está sendo reavaliado pelos roteiristas das redações. É feia a crise na locomotiva do atraso.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tentativa de auto-análise

Bom dia, gente!
Ultimamente tenho ficado meio reclusa e introspectiva. E tenho a sensação que passo por uma fase de transformação interna que deve marcar os meus dias daqui para frente. Ando me analisando por inteiro. Aos 41, procuro me ver de forma integral, inclusive através e além do espelho. Coincidentemente, hoje recebi um e-mail da amiga Luíza Barbosa que traduz um pouco do que tenho tentado enxergar. Por isso, o publico neste espaço. Espero que gostem!
Beijos.

Declaração de gênero sob a ótica masculina...
(Autor Desconhecido)

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual. Isso quer dizer, se tem forma de guitarra... Está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas...

Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. Inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais longos, melhor. Para andar com os cabelos curtos, bastam os nossos. As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas. Por que razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco?

Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão. É essa a lei da natureza... Que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulímica e nervosa, logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde. Entendam de uma vez!

Trate de agradar a nós e não a vocês. Porque nunca terão uma referência objetiva do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda. As jovens são lindas... Mas as de 40 para cima são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o Atlântico a nado. O corpo muda... Cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18.

Entretanto, uma mulher de 40, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se autodestruindo. Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes); quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza. Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza.

São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... Viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados, e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesáreas e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.

Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto. Tudo junto!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Bate papo pós-carnaval

Ei gente! Há quanto tempo, hein? Pois é, como eu estava em férias em janeiro e o ano só começa de fato depois do carnaval, estou estreando 2008 com um texto de Miguel do Rosário que analisa a onda pessimista que ainda assola o país. Troquei o título original "Bate papo pré-carnaval", para "pós carnaval" por motivos óbvios. Aliás, uma sugestão que já veio com o texto, enviado pelo grande amigo e colaborador Aníbal Júnior.
Espero que gostem.
Beijos...

"Uma sombra se espalha sobre a economia brasileira. Uma sombra de pessimismo forçado, desilusão tendenciosa e muito mau-caratismo. Acho incrível como setores da sociedade realmente torcem contra o país. Lembro do Jô Soares comentando com um entrevistado sobre a descoberta do mega-campo Tupi: "esse Lula tem uma sorte!". Como se a sorte não fosse do Brasil! E a febre amarela? Morreu em São Paulo outra pessoa vítima do sensacionalismo partidário. Era uma mulher com uma doença que lhe reduzia a capacidade imunológica, não viajaria para florestas e decidiu se vacinar devido ao pânico difundido pela mídia. Cada vez fica mais claro que o Ministério Público deveria acionar jornalistas e órgãos de imprensa que cometerem irresponsabilidade contra a saúde brasileira. Essa é a ética que eles tanto arrotam?

Lembram da crise do gás? Há tempos que a imprensa quer forçar uma crise do gás. Como se trata combustível sobre o qual o país ainda não tem autonomia e cuja demanda explodiu nos últimos anos, o gás tem uma balança de oferta e demanda bastante delicada. Primeiro, tivemos problemas com a Bolívia, que a imprensa queria ver invadida pelo Brasil. Miriam Leitão quase chegou a exigir que o Brasil patrocinasse um golpe de Estado contra Evo Morales. Conseguimos superar a crise com a Bolívia de maneira bastante construtiva e diplomática, atendendo os grandes interesses nacionais e latinos. Mesmo no auge das tensões, a Bolívia nunca deixou de fornecer gás para o Brasil.

Depois tivemos a queda do nível dos reservatórios, que obrigou o governo a desviar gás para as termoelétricas. A imprensa novamente voltou a carga, procurando exagerar uma crise que durou menos de 24 horas. O Roberto Jeferson tentou surfar na onda e dedicou seu programa eleitoral na tv para jogar os taxistas cariocas contra Lula. Miriam Leitão, principal senadora da oposição, produziu extensas catilinárias contra a política federal sobre o gás.
Pois bem. Hoje, veio a notícia. O gasoduto Espírito Santo - Rio de Janeiro entrou em funcionamento nesta quinta-feira 31 de janeiro de 2007. Com ele, o Rio receberá, a partir de hoje, mais 5,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o que representa um acréscimo de mais de 50% à oferta atual do estado. Até o final do ano, o gasoduto irá ampliar sua oferta para até 20 milhões de metros cúbicos.

E o Rio achou um campo de gás gigante em alto mar, que deverá entrar em funcionamento em 3 ou 4 anos, a depender das dificuldades tecnológicas. O Tupi também tem gás.

Enfim, o Rio de Janeiro agora tem oferta abundante de gás e possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo. O que me espanta é que, depois de tantos anos de incerteza sobre o gás, agora que finalmente a situação estabilizou-se, o jornal O Globo, que tanto destaque havia dado à crise, não desenvolva maiores argumentos sobre as possibilidades econômicas que se descortinam para o futuro do Rio de Janeiro diante dessa nova realidade. Uma boa matéria jornalística sobre este súbito e firme aumento da oferta de gás para o Rio de Janeiro poderia repercutir internacionalmente, ajudando inclusive a trazer novos investimentos para cá. Afinal, as empresas preferem se instalar em lugares que ofereçam segurança energética e a baixo custo.

Esse tipo de atitude me impressionou muito por ocasião da descoberta do mega-campo Tupi. A pobreza de informações e análises sobre a descoberta me intrigou em demasia. O Globo prefere dar mais destaque ao fato de um ministro ter pago uma tapioca de R$ 8 com um cartão de crédito corporativo do que o país ter descoberto a maior reserva de petróleo de sua história.Miriam Leitão, sempre ela, só cita a Petrobrás para falar mal, enquanto louva descaradamente a Vale do Rio Doce, cuja privatização ela foi uma das maiores defensoras. Como jornalista econômica, o mínimo que se esperaria de Leitão é que discorresse um pouco sobre as óbvias perspectivas econômicas que se abrem para o Brasil diante da descoberta de mega-reservas de petróleo e gás no pré-sal, cujo mérito é único e exclusivo da Petrobrás.

Tem mais. Quando anunciaram a descoberta do mega-campo Tupi, a imprensa não quis acreditar. Acusou exploração política. Que não era nada daquilo. Que o governo estava tentando abafar a crise do gás. Mas era o contrário. O governo estava sendo ultra-conservador, já que a descoberta do Tupi sinalizava (como vem se confirmando) a existência de petróleo em toda a área do pré-sal, que vai de Santa Catarina ao Espírito Santo.

A descoberta de Tupi não foi "sorte" de Lula. Foi sorte do Brasil, ora! Há poucas semanas, descobriram outro campo gigante na Bacia de Santos, batizado de Júpiter se não me engano. Esses dois campos renderão mais de dois bilhões de dólares para a caixa do Estado do Rio. O secretário de fazenda do estado já prometeu que o dinheiro será usado para investimentos na baixada fluminense.
Outro dia, o Globo publicou uma cartinha de leitor que dizia o seguinte: 'Deviam trocar PAC para Programa de Aceleração da Corrupção, porque o crescimento ninguém sabe ninguém viu'. Ora, esse cidadão, não tivesse sido vítima de lavagem cerebral midiática, estaria ciente de que o país cresceu 6% em 2007, a maior taxa de crescimento em mais de vinte anos, sendo que, quando o Brasil cresceu assim, há vinte anos, foi com inflação galopante, insuficiência energética e má distribuição de renda. E o Brasil cresceu com crise externa, com um cenário desfavorável lá fora. Assim como acontece este ano. Estados Unidos em crise, Brasil feliz. Lembra até a canção do Chico: 'por trás de um homem triste, há sempre uma mulher feliz / e atrás dessa mulher / mil homens sempre tão gentis'.

Por isso, imprensa e demais aves de mau agouro, para seu próprio bem, abandonem esse mau humor estúpido e anti-nacionalista, e mereçam o país que vocês têm!".